quinta-feira, 26 de março de 2015
Deslocamento populacional entre os municípios do g100 é alarmante
Matéria publicada nesta quarta-feira (25), no jornal Correio Braziliense, mostra o número de pessoas que se deslocam entre os municípios da Região Metropolitana de Brasília para o Distrito Federal (DF), seja para estudar ou trabalhar. O dado chama atenção: 200 mil pessoas por dia, o que corresponde a 5,9% da população do DF. O estudo é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e só considerou o deslocamento das cidades para Brasília, desconsiderando as demais cidades. O IBGE divulgou o levantamento baseado no Censo de 2010, sobre concentrações urbanas e arranjos populacionais.
Em todo o país, os brasileiros que fazem esse tipo de deslocamento somam mais de 7,4 milhões. Nos municípios do g100 (grupo de cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes e menor receita per capta corrente por pessoa e alto índice de vulnerabilidade socioeconômica) esses números são ainda mais expressivos e alarmantes. Da lista das 30 primeiras cidades que compõem o g100, em média 55% da população total dos municípios se desloca para outras cidades. Francisco Morato (SP), com 63,2%, Ibirité (MG), com 62,3%, Alvorada (RS), com 62% e Novo Gama (GO), com 61,4% são as cidades do g100 com maior índice de deslocamento.
Os municípios mais próximos a Brasília que formam o arranjo populacional são: Águas Lindas de Goiás, Planaltina, Mimoso de Goiás, Padre Bernardo, Cocalzinho, Santo Antônio do Descoberto, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental e Luziânia. Dessas cidades, Águas Lindas de Goiás, Planaltina, Novo Gama e Valparaíso de Goiás fazem parte do g100.
Segundo o IGBE, a escolha de Brasília para representar o núcleo entre as cidades é explicada por meio da grande concentração urbana local e por ser a cidade mais populosa entre as estudadas no DF e Goiás. A capital, com mais de três milhões de habitantes, alcançou o 7º lugar na lista nacional, atrás de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Curitiba (PR).
Segundo o pesquisador do IBGE Maurício Gonçalves e Silva, o estudo é uma importante fonte de informação para o planejamento de políticas públicas conjuntas e de investimentos privados. O Brasil tem 294 agrupamentos de municípios com forte integração entre as suas populações, ou seja, com grande número de pessoas que se deslocam dentro dessas áreas para trabalhar e estudar. Segundo o IBGE, 55,9% da população brasileira, ou seja, 106,8 milhões de pessoas, residem nos 938 municípios que integram esses agrupamentos, chamados de "arranjos populacionais".
Em muitos casos, esses arranjos populacionais formam uma única mancha urbana (conurbação), como São Paulo e 30 municípios vizinhos. São Paulo é o maior desses arranjos populacionais, com 19,6 milhões de habitantes. Integram esse agrupamento grandes municípios, como a capital paulista (com 11,2 milhões de pessoas), Guarulhos (com 1,2 milhão), Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo (os três com mais de 600 mil habitantes), e também pequenos, como Pirapora do Bom Jesus (com apenas 15 mil).
O Rio de Janeiro é o segundo maior arranjo populacional, com 11,9 milhões de habitantes espalhados por 21 municípios, seguido por Belo Horizonte (4,7 milhões de pessoas se deslocando em 23 municípios), Recife (3,7 milhões em 15 municípios), Porto Alegre (3,7 milhões em 26 municípios), Salvador (3,4 milhões em nove municípios) e Brasília (3,4 milhões em 11 municípios do Distrito Federal e de Goiás).
O maior fluxo de pessoas para trabalhar e estudar em municípios do Brasil foi registrado entre São Paulo e Guarulhos (146,3 mil pessoas). Mas nem todos os fluxos importantes incluem os núcleos dos arranjos populacionais. O segundo maior fluxo, por exemplo, ocorre entre as cidades de São Gonçalo e Niterói, ambas integrantes do arranjo populacional do Rio de Janeiro (120,3 mil pessoas).
Frente Nacional de Prefeitos (FNP)
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