Assista ao Vivo

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Abertas as inscrições para programa de intercâmbio de jovens jornalistas na Alemanha

Os profissionais poderão ficar dois meses no país com bolsas de até 3.600 euros

O Ministério das Relações Exteriores da Alemanha apoia o projeto da associação Internationale Journalisten-Programme, que dá bolsas no valor de 3.600 euros a jornalistas da América Latina. Os bolsistas terão a oportunidade de trabalhar durante os meses de março e abril de 2017 como redatores em veículos de comunicação do país. As inscrições vão até 15 de setembro de 2016.

O programa visa estreitar as relações entre Alemanha e América Latina também no campo das comunicações. Os candidatos devem ter idade entre 23 e 35 anos, bons conhecimentos no idioma alemão – em casos excepcionaisserão aceitos também fluência em inglês ou espanhol –, terem vínculo empregatício com um veículo de comunicação brasileiro ou trabalharem na redação de empresas públicas de comunicação. Profissionais empregados em agências de Relações Públicas não poderão participar.

Mais informações no site do Consulado Geral da Alemanha em São Paulo:http://t1p.de/fpho

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Semestre termina com queda de 13,2% no faturamento das micro e pequenas empresas


Foi a maior taxa de recuo para um primeiro semestre na comparação com o mesmo período do ano anterior desde 2002; otimismo cresce entre empresários

As micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas chegaram ao fim do primeiro semestre de 2016 com redução de 13,2% no faturamento acumulado no período em comparação com os primeiros seis meses de 2015, já descontada a inflação. Foi a maior taxa de queda para um primeiro semestre em relação a igual intervalo do ano anterior desde 2002, quando as MPEs registraram recuo de 17,9% ante os seis meses iniciais de 2001. A receita total das MPEs no período foi de R$ 275,3 bilhões, apenas ligeiramente maior do que a registrada no primeiro semestre de 2009, ano da crise financeira internacional. As informações fazem parte da pesquisa mensal Indicadores Sebrae-SP.

Os números são reflexo do fraco desempenho da economia brasileira. O crescimento do desemprego, a diminuição do rendimento real dos trabalhadores e a confiança em níveis históricos baixos - mesmo com a elevação observada ultimamente – reduziram o consumo e, consequentemente, os ganhos das MPEs.

Todos os setores apresentaram redução de receita superior a dois dígitos no primeiro semestre: a indústria teve queda no faturamento de 15,3%; os serviços, de 14,7% e o comércio, de 11,2%.

“Os resultados da receita dos pequenos negócios mostram que ainda falta muito para a economia voltar aos patamares de anos atrás, antes da recessão. Se os resultados seguem preocupantes, temos indícios de que a crise já pode ter batido no fundo do poço e agora estamos mais perto de pegar de volta o caminho do crescimento. Prova disso é que o faturamento dos Microempreendedores Individuais, categoria que tem abrigado muitos trabalhadores que perderam seus empregos, já diminuiu o ritmo de queda e o otimismo moderado voltou a fazer parte das conversas do dono da padaria, do restaurante, da oficina mecânica, do salão, da pequena indústria”, diz o presidente do Sebrae-SP, Paulo Skaf.

Por regiões, a queda também foi generalizada. No confronto do primeiro semestre deste ano com o acumulado de janeiro a junho de 2015, o faturamento das MPEs da Região Metropolitana de São Paulo sofreu a maior baixa, de 15,3%. O município de São Paulo observou retração de 14,6% e no Grande ABC o recuo ficou em 14,5%. No interior do Estado a diminuição no indicador atingiu 10,9%, relativamente menos acentuada que nas outras regiões. Possivelmente o melhor desempenho de algumas culturas agrícolas relevantes, contribuiu para uma maior circulação de renda nesta região.

Considerado apenas o resultado de junho, o faturamento das MPEs paulistas caiu 11,4% ante igual mês de 2015. A indústria liderou a queda, -14%, seguida por serviços, -11%, e comércio, -10,8%.

“Os números mostram que o semestre foi ruim para as Micro e Pequenas Empresas de São Paulo. O mercado ainda enfraquecido retarda a retomada do consumo. Somente a partir da recuperação da economia é que os pequenos negócios vão conseguir se fortalecer”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Bruno Caetano.

Empregos e salários

De janeiro a junho de 2016, houve redução de 2,6% no pessoal ocupado (sócios-proprietários, familiares, empregados e terceirizados) nas MPEs do Estado ante o primeiro semestre de 2015.

No mesmo período, a folha de salários encolheu 5,3% e o rendimento dos empregados ficou 0,2% menor, já descontada a inflação.

MEI


O primeiro semestre também foi ruim para os Microempreendedores Individuais (MEIs) paulistas. A categoria registrou queda de 20,8% no faturamento em relação ao acumulado nos primeiros seis meses de 2015. A receita total dos MEIs no período somou R$ 14,3 bilhões, o que significa R$ 3,8 bilhões a menos do que no acumulado de janeiro a junho do ano anterior.

Quem mais teve perdas foram os MEIs do comércio, cuja receita caiu 22,8%, seguidos pelos da indústria, com recuo de 22,5% no faturamento e pelos dos serviços, que viram seus ganhos diminuírem 18,2% no período.

Os MEIs da Região Metropolitana de São Paulo foram os que mais sofreram e tiveram perda de 23,9% no faturamento, na comparação do primeiro semestre de 2016 com o de 2015. Já os do interior viram seu resultado recuar 16,9% em igual comparação. Assim como as MPEs, o desempenho superior de culturas agrícolas importantes pode ter contribuído para movimentar a economia da região e minimizar o insucesso dos MEIs do interior.

Em junho de 2016, a receita dos MEIs retrocedeu 7,8% sobre junho de 2015 e caracterizou a 11ª queda seguida na comparação de um mês como o mesmo mês do ano anterior. Por outro lado, os recuos têm ficado menos acentuados nos últimos meses.

Expectativa


Para os próximos seis meses, 58% dos donos de MPEs afirmaram, em julho de 2016, esperar estabilidade no faturamento, praticamente a mesma proporção dos que tinham essa expectativa em julho do ano passado, quando 57% deram essa resposta.

No que se refere à economia, aumentou significativamente o grupo dos que falam em melhora: agora são 29% ante 12% de um ano antes. Também diminuiu significativamente o porcentual de quem crê em piora: eram 44% em julho do ano passado e agora são 15%.

Em relação ao faturamento do negócio nos próximos seis meses, 48% dos MEIs acreditam em melhora, um aumento de seis pontos porcentuais em relação aos 42% que tinham essa opinião em julho de 2015.

Sobre a situação da economia brasileira, assim como os proprietários de MPEs, houve aumento de MEIs falando em melhora: agora são 39%, ante 25% de julho de 2015. Também caiu bastante o número dos que preveem piora, de 47% em julho de 2015 para 16% agora.

A pesquisa

A pesquisa Indicadores Sebrae-SP foi realizada com apoio da Fundação Seade. Foram entrevistados 1,7 mil proprietários de MPEs e 1 mil MEIs do Estado de São Paulo durante o mês de referência. No levantamento, as MPEs são definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 3,6 milhões. Os MEIs são definidos como os empreendedores registrados sob essa figura jurídica, conforme atividades permitidas pela Lei 128/2008. Os dados reais apresentados foram deflacionados pelo INPC-IBGE.